O ANO É TÃO ENGRAÇADO













Em 1983 fiz este boneco a que uma criança lá de casa chamou Frio de Inverno. Ficou o inverno à espera de companhia que haveria de chegar em 2011.

 
 







Primeiros Calores da Primavera   












Verão de Mangas Arregaçadas    














 Outono do Aconchego e das Castanhas Assadas


Mas antes houve o texto, e depois aguarelas.


O ANO É TÃO ENGRAÇADO

O ano é tão engraçado que quase parece um passeio: nas pontas é frio, molhado; seco e quentinho no meio.
Também parece uma escada que se sobe em doze passos. Subi-las não custa nada, basta saber-lhe os espaços.

Vamos lá:
O ano nasce em janeiro e arruma-se o Natal. O frio e a chuva trazem cheiro de tudo o que é natural.
Em fevereiro se renovam os festejos do Carnaval, e as mascaradas provam que brincar nunca fez mal.
Em março já se espera pelo azul e sol no céu, e o aroma da primavera vem do campo, onde nasceu.

É primavera, há erva e flores. Só apetece cantar: viva, viva a primavera!
 






Vamos lá continuar: sabe bem um piquenique onde se possa brincar.

Regressa à terra, em abril, a água que falta faz ao verde manto infantil que nos alegra e dá paz.
Em jardins, vasos, canteiros, maio, que é o mês das flores, transforma, em mais verdadeiros, perfumes de todas as cores.
Junho é o mês das crianças, das tardes mais soalheiras, dos sorrisos, das esperanças que vivem nas brincadeiras.

Luz e calor, o verão chegou: rios, lagoas e mar!
 





Água, sol e muita sombra, mas vamos continuar: sabe bem um bom mergulho que nos possa refrescar.     

Em julho fazem-se as contas de tudo o que foi aprendido, e as famílias ficam prontas para o passeio prometido.
Agosto é o mês do verão, as férias já vão a meio, com o descanso que nos dão fica o coração mais cheio.
Em setembro são vindimadas as uvas que hão de ser vinho, e as escolas são preparadas para retomar o caminho.

Caiem as folhas, é forte o vento: é o outono a chegar.
 






Vêm, com ele, a chuva e o frio, e nós vamos continuar: sabem bem mangas compridas que nos vão agasalhar.

Em outubro, o mês do outono, fica o ano mais velhote: caem-lhe as folhas sem dono, e enrosca-se no capote.
Novembro, mês dos magustos, do verão de S. Martinho: enfarruscamos os sustos num braseiro bem quentinho.
Chega dezembro e já cheira às fogueiras do Natal e, queira o ano ou não queira, preparamos-lhe o final.

A chuva e o frio trazem a neve: já estamos no inverno.
 






Sabe bem uma fogueira até o Natal chegar. Quentes, ficamos à espera que regresse a primavera.

Foi cansativo? Engraçado? Nem sempre foi um passeio? Foi mais frio que molhado? Foi mais bonito que feio?
O ano tem este dom: é semelhante a uma escada que só depois de subida sabemos se foi cansada. Ou não. Mas foi vida. E isso é muito bom!

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