Sair da gaveta
Sociedade de Consumo (Feltros e cera sobre papel)
Este foi o primeiro desenho intencionalmente dirigido ao público.
Fazia parte de um conjunto de catorze
desenhos que ilustravam outros tantos textos de uma primeira aventura no mundo
das artes e das letras — uma exposição e um livro de poemas com título igual:
REVERSOS.
Era assim o poema:
SOCIEDADE DE CONSUMO
Abrem-nos feridas pelos olhos
SOCIEDADE DE CONSUMO
Abrem-nos feridas pelos olhos
A miopia
Sangrando
em abundância o coração
Onde se encontra?
Com
venenosas cores pintam mentiras
É a ironia
Tão
subtis que nos enganam os sentidos.
De uma montra.
E
nós, consumidores de desnecessidades,
As fomes inventadas
Andamos
vagueando por cartazes
Num comício
Vaidades
pessoais de algum poder
São imensos nadas
E
somos simples peças de xadrez.
Do eterno vício.
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